Para quem não acompanha o atual mercado tecnológico mundial, a tela Retina (nome criado pela Apple), que no caso define a tela de alta definição presente em diversos tech-gadgets, móveis ou não, como tablets, smartphones, computadores e produtos do tipo, vem fazendo uma grande diferença na hora de escolher qual aparelho comprar. Mas isso faz um real sentido?
Se analisarmos diversos aparelhos eletrônicos disponíveis no mercado atual, podemos perceber um grande aumento de preço nos que possuem uma tela com uma melhor definição, sendo ela Retina, HD, 4K (para televisões) ou algo do tipo. Dentro de diversas características que costumam favorecer o produto, como peso, finura (não em televisões, por favor), a alta-definição vem tendo grande importância na hora de influenciar a decisão do comprador, mesmo aumentando de forma até injusta o preço do determinado produto.
Vejamos a Apple, por exemplo (que inclusive se utiliza do nome Retina para os produtos com tela de alta-definição). Algumas semanas atrás, a empresa lançou um segundo modelo na linha de iPads de tamanho menor, que foram chamados desde sua primeira edição de iPads Mini. Eis que o modelo recém-lançado veio ao mercado com somente uma mudança significativa: a presença de tela Retina. Além do aparelho se tornar mais pesado e mais caro a partir do momento que o recurso foi aplicado ao seu novo modelo, a simples mudança não é motivo para que a empresa produza um aparelho totalmente novo, ao invés de esperar mais para implementar novas mudanças na segunda edição da linha de iPads Mini.
Mesmo parecendo uma grande bobagem, diversos (muitos mesmo) donos de produtos da primeira geração de iPads Mini decidiram simplesmente que uma tela com uma definição melhor seria um bom motivo para comprar outro aparelho, que eu repito: mais pesado e com uma bateria que com certeza deve durar menos que seu modelo anterior. Sabemos que a Retina Display fez falta na primeira geração da linha, mas a Apple achou que as diversas reclamações tornavam essa característica importante o suficiente para lançar um modelo completamente "novo".
Saindo um pouco dos iPads, a Apple também decidiu criar uma linha diferente de MacBooks Pro que possuísse tela Retina, porém manteve os modelos anteriores que não possuíam o recurso. Até aí foi uma sábia decisão, mas ao vermos a diferença de preço de um MacBook Pro com tela de alta-definição de um sem, podemos perceber que definitivamente o preço não vale a mudança, até porque só a tela mudou, o modelo não veio com mais nenhuma vantagem que valesse os 100 dólares e o peso a mais.
Você deve estar pensando: "Mas isso só acontece com a Apple e seus produtos...". Não! Podemos perceber o lançamento de gagdets novos em diversas marcas como a Samsung, Motorola, Microsoft, entre outras, que só oferecem uma mudança: a qualidade na definição da tela. É claro que é uma mudança bastante importante, mas não justifica a criação de uma linha diferente sem nenhuma outra evolução. Além disso, sabemos que para que produtos móveis e acessíveis como estes tenham uma tela com grande definição, estes acabam ganhando peso e acabam perdendo desempenho em relação à velocidade no sistema.
Então fica a pergunta: será que vale mesmo a pena comprar um produto similar ao que você já possui que no final só oferece uma mudança que, mesmo bastante importante, acaba trazendo algumas desvantagens?
Câmbio e desligo.
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