Há muitos anos, brasileiros vivem viajando para os EUA durante essa época do ano que coincide com o Thanksgiving, feriado muito comemorado pelos americanos (tem quase ou maior importância que o Natal, para vocês terem uma ideia), e a "sexta-feira negra", onde produtos que para nós já eram muito mais baratos que em nossa pátria, se tornam ainda mais acessíveis com os descontos fornecidos por 90% das lojas famosas. Isso é o Black Friday.
Em anos anteriores, diversas lojas já se utilizavam do "evento" americano para dar descontos largos e ganhar um dinheirinho extra antes do natal. Sabemos que a Black Friday não é a única data criada/celebrada pelos EUA que o mercado brasileiro acabou abraçando ao longo do tempo: temos também o Halloween, por exemplo. A data não é comemorada por boa parte da população e mesmo assim ainda existem várias lojas que fazem questão de colocar descontos em produtos que de alguma forma se relacionam à data.
Vendo essa grande oportunidade, grandes marcas de lojas online decidiram se basear nesse "costume" americano e passar a dar "grandes" descontos em uma grande variedade de produtos de suas respectivas lojas. Assim, o brasileiro, que é louco por um descontinuo (não importa o quão pequeno seja), fica totalmente maravilhado ao ver produtos acessíveis ganharem um preço um pouco menos inacessíveis. Além disso, essas empresas fazem questão de colocarem anúncios ao redor da internet, principalmente em veículos bastante utilizados pelo brasileiro (como o YouTube, por exemplo), para deixar todos sabendo desses descontos que só estarão disponíveis nessa sexta-feira. O resultado? Não tão harmonioso assim.
Como tudo que é relativamente inédito para os brasileiros, os sites que tinham os descontos da Black Friday "a disposição", no primeiro minuto do dia simplesmente caíram. Com a quantidade de gente acessando o negócio ao mesmo tempo, já era até esperado, pelo nível de competência de boa parte do mercado desse país, que nenhum, absolutamente nenhum servidor aguentasse o gigantesco tranco.
Só faltou a Dilma decretar feriado para essa gigantesca parte da população passar o dia tentando acessar algum desses grandes sites que forneceram descontos limitados somente para o dia de hoje. A falha foi tanta que tiveram algumas empresas que simplesmente decidiram manter esses descontos no sábado também pelo número de pessoas insatisfeitas com o serviço e consequentemente, de reclamações, como já era obviamente esperado.
E não foi só isso. Semanas antes do dia de ontem quando os anúncios dos descontos que estariam disponíveis na Black Friday começaram a aparecer ao redor dos recursos de comunicação como a internet, televisão, e etc., pudemos perceber um "estranho" aumento nos preços de diversos produtos que já era esperado que seriam bastante requisitados na tal sexta-feira negra. Por quê?
Simples. Não é muito mais fácil vender um produto pela metade do preço quando simplesmente se dobrou este uma semana atrás? Mais uma vez, sabíamos que iria acontecer algo para estragar esses descontos que estavam simplesmente caindo do céu de bandeja para os brasileiros, que no caso são, em sua maioria, obcecados por um bom desconto, em consequência do impostos colocados de forma completamente injusta pelo governo. Sim, diversas empresas que podemos classificar como "confiáveis" e "de ótima qualidade" foram pegas no ato ao simplesmente aumentar o preço de diversos produtos bastante requisitados pela população mas que no caso acabam por ser tão injustamente caros que ninguém tem a coragem de gastar aquela quantidade imensa de dinheiro nestes.
Foi uma real "pisada-na-bola" para muitas empresas que dobraram os preços de seus produtos, pois na hora as que não fizeram/não foram pegas fazendo ganharam muitos e muitos clientes, que acreditam estar em uma Black Friday justa e de verdade. Felizmente alguns sites conseguiram voltar ao ar na segunda metade do dia e agora devem estar lucrando e muito, e espero que de forma justa.
Muito comentada/reclamada pelos brasileiros ao redor da internet, a nossa Black Friday ainda tem muito o que aprender com a de países do exterior, como podemos concluir. Mais uma vez, algo que os brasileiros esperavam muito deixou muito a desejar, e espero que no ano que vem isso diminua bastante. Até a próxima, Black Friday.
Câmbio e desligo.
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